Os quatro segredos e um pudim mais que especial

Era uma tarde de primavera, num sábado especial. Tia Beth estava pronta para sua grande missão: preparar um pudim para o almoço em família.

Mas não era qualquer pudim. A receita é simples, mas nenhum outro conquistou tanto os paladares exigentes da casa.

Seria um segredo de família? Ingredientes especiais? Utensílios de ponta?

Que nada. Ela garante que achou a receita na internet anos atrás e, ainda assim, seu pudim virou sensação. Os ingredientes?

• 1 lata de leite condensado

• A mesma medida de leite integral

• 4 ovos

• 3 colheres de açúcar

Nada de mais e tudo com medidas caseiras. Então, só pode ser talento! Sim, tia Beth tem talento para doces.

Mas o que é talento mesmo?

Segundo o dicionário, "aptidão, capacidade inata ou adquirida.". Ou seja, aquela inclinação natural que facilita a chegado ao sucesso.

Mas talento, sozinho, não basta. Há mais dois ingredientes essenciais: paixão e renda.

Vamos ver mais desse assunto usando o pudim da tia Beth como base.

Prepara a sua mochila e vem explorar essa jornada comigo.

Pudim: o TALENTO

Os doceiros são unânimes: tem que ter leite condensado! E também o leite integral, lógico.

E os ovos, para estruturar o pudim e a baunilha, para dar aquele aroma irresistível. São ingredientes simples que, quando combinados, criam a sobremesa favorita de muitos brasileiros.

Curioso é que a receita não é um segredo, mas cada pudim sai com um toque único.

O talento funciona do mesmo jeito: uma mistura de características específicas que tornam cada pessoa única.

Veja a tia Beth: introvertida, brincalhona, boa na cozinha e um (surpreendente) toque de raciocínio lógico. Se fosse um pudim, sua fórmula seria:

• Leite condensado = a introversão

• Leite integral = seu bom-humor

• Ovos = a habilidade culinária

• Baunilha = o toque de raciocínio lógico

Assim é tia Beth. Às vezes, ela só quer relaxar, observando o céu pela janela enquanto toma um chá de camomila e recarrega suas energias. Mas, quando está com a família, distribui sorrisos e sobremesas.

Só tem um problema: ela não registra as suas receitas. Faz tudo "no olho" e, se dá errado, improvisa. “Tá tudo aqui na cabeça!” — ê tia Beth!

Talento é uma coisa engraçada. É tão natural que você pode achar que é fácil para todo mundo. Mas não é.

Aliás, talento não se resume a uma habilidade aprendida, como técnicas culinárias. É algo que já nasce com você e que flui sem muito esforço.

E todo mundo tem o seu talento. Quando é identificado e lapidado, revela pistas para o caminho do sucesso.

Porém, é tão natural, tão óbvio, que às vezes você não enxerga por si só. Para ajudar a achar o seu, pergunte-se:

• O que você faz com mais facilidade que os outros, mesmo quase sem treino?

• O que já fazia bem desde criança, até sem ninguém lhe ensinar?

• O que os outros sempre pedem sua ajuda para fazer? (Seja para apagar um incêndio ou só para aprender)

• O que te elogiam tanto, mas você acha simples? (E não entende porque é tão difícil para os outros)

Descobrir o próprio talento é possível, mas leva tempo. Vale até perguntar para quem te conhece bem.

Como era o caso de tia Beth, que só se deu conta quando os elogios e pedidos por suas receitas vinham um atrás do outro. E nunca as passou na hora, porque não tem nada anotado…

E ainda ri dizendo que tem, também, o segredo do "ingrediente do amor" — é só o que pensa, na verdade.

Aliás, pudim sem calda de caramelo... não é pudim, concorda?

Caramelo: a PAIXÃO

Sem caramelo, o pudim perde o encanto. Ele é seu traje mais elegante, a estrela dourada que desperta a gula dos doceiros de plantão.

Assim como o caramelo faz do pudim uma tentação, a paixão dá vida ao talento e, de mãos dadas, vão em direção ao sucesso.

Mas a paixão, sozinha, não se sustenta. Como o caramelo, que é delicioso no primeiro momento, mas comê-lo puro o torna enjoativo.

Assim também é a paixão sem talento: intensa no início, mas insustentável a longo prazo.

Muita gente se perde nas horas fazendo algo que ama, aprimora-se, estuda, mas não chega a se tornar referência na área. Sabe por quê? Porque a sua paixão não combina com o seu talento.

Por exemplo, se você:

• Faz os doces com paixão, mas se seu talento estiver no piano, sua confeitaria não vai decolar.

• Ama design gráfico, mas se seu talento estiver na natação, pode até dominar as técnicas, mas faltará criatividade nos trabalhos.

• Gosta de jogar tênis, mas seu talento está na oratória, pode não conseguir estar entre os melhores do campeonato.

• Adora cuidar das pessoas, mas seu talento está na gestão de empresas, pode não oferecer o melhor tratamento como médico.

Quando paixão e talento se encontram, como falei, o caminho para o sucesso se abre:

• Confeiteiros apaixonados criam os melhores doces do país com o talento para a culinária.

• Designer gráficos que amam criar fazem projetos premiados, quando há talento para a criatividade espontânea.

• Tenistas dedicados que, com o talento para jogadas estratégicas, criam jogadas imbatíveis.

• Médicos especialistas adoram cuidar de pessoas, porque seu talento está nos relacionamentos interpessoais.

Paixão é o que mantém seu talento vivo. E juntos, criam o trabalho perfeito.

E por isso é que Tia Beth ama preparar doces. Com seu talento na cozinha, faz receitas com carinho e garante sabor e sorrisos.

Só que nem só de sorrisos ela sobrevive — porque ela também vende suas guloseimas.

Ou seja, ao misturar dedicação e amor, tia Beth se realiza como empreendedora.

Tudo porque ela junta a sua paixão com o talento e transforma em renda. E você acha que é só vendendo pudim?

Caseiríssima Doçura: a RENDA

Além de pudim, tia Beth faz bolos e docinhos de festa com a Caseiríssima Doçura, sua empresa.

Mas espera… como a tia Beth ganha dinheiro mesmo sem anotar as receitas? E ela ainda consegue administrar a empresa sozinha?

Que bom que perguntou: é claro que improviso puro não sustenta um negócio. É aí que entra Dulce, sua sócia e amiga.

Dulce é o oposto de tia Beth: metódica e organizada, mantém todas as receitas registradas. E como previsto, os negócios cresceram e a equipe inicial já aumentou.

Foi Dulce quem percebeu o potencial das sobremesas da amiga para eventos como casamentos e aniversários.

Tia Beth, como líder e mãezona, ensina, orienta e até aprende com sua equipe, garantindo que cada doce seja feito com perfeição.

E seu pudim? Sem dúvidas, é o carro-chefe da Caseiríssima Doçura. Tanto que ela criou uma versão em copinho — é imbatível, o mais pedido em qualquer encomenda!

O mundo de tia Beth é maravilhoso: seu talento abre portas, sua paixão impulsiona e a renda que essa dupla gera garante sustento financeiro para ela, Dulce, sua equipe e suas famílias.

Se não transformasse seus doces em renda, o pudim seria apenas um hobby — e hobby, todo mundo sabe, além de não render dinheiro, pode sair caro…

Mas veja: tia Beth não começou pensando no dinheiro. Foram as pessoas ao redor que insistiram até que a ideia fizesse sentido. Com Dulce, a coisa fluiu naturalmente.

O dinheiro não pode ser o único foco. Quando talento e paixão se encontram, a renda deve ser uma consequência.

Porém, talento, paixão e renda ainda não bastam. Falta a cereja do bolo. Ou melhor… falta o propósito.

Felicidade: o PROPÓSITO

Nem só de talento, um pudim apaixonante e de um negócio próspero vive tia Beth.

A Caseiríssima Doçura nasceu com um objetivo claro: levar felicidade através de doces feitos com muito amor e carinho.

Com isso em mente, tia Beth se dedicou a criar doçuras irresistíveis. O pudim, mesmo simples, virou um símbolo dessa missão.

Mesmo que ela não esconda a receita, o jeito de fazer é só dela. Nem a equipe da Caseiríssima reproduz com tanta fidelidade — ainda que os pudins sejam tão bons quanto os dela. Só pode ser a felicidade embalada em cada fatia de doçura.

E é por isso que seus doces marcam os momentos especiais de quem os prova. A cada evento, tia Beth deixa sua assinatura nos corações das pessoas.

Tudo porque, um dia, achou uma receita fácil na internet e sem nem saber fazer caramelo.

Vou simplificar um pouco: o seu propósito também pode ser chamado objetivo.

E indo direto ao ponto: talvez ele propósito não esteja tão claro ou seja tão forte assim.

E por força, quero dizer que o seu propósito vem do íntimo da sua alma e se reflete nos seus olhos, que brilham com força.

Mesmo que você descubra o seu talento, trabalhe com paixão e faça renda assim, sem um propósito claro tudo pode se perder no caminho.

E se o único objetivo for só “ganhar dinheiro”, pode ser que não dure muito ou te deixe um vazio angustiante.

Por isso, é importante considerar para o que te motiva, qual é o seu porquê:

• Por quem estou fazendo isso?

• Onde quero chegar fazendo isso?

• Por que isso me preenche?

Pergunte-se, investigue o te motiva fazer o que faz. E quanto mais forte for seu porquê, mais longe você poderá chegar.

Por fim… como descobri o meu pudim?

Antes de fecharmos este roteiro, preciso dizer algo sobre o talento: às vezes, ele pode estar tão perto, mas tão perto, que passa invisível.

Por exemplo: sempre amei desenhar e projetar artes visuais. Focada nisso, nunca dei importância para a escrita, apesar de gostar das técnicas e de achar fácil.

Nunca entendi por que tanta gente tem dificuldades para se expressar através dos textos.

Palavras escritas não mordem e, na minha cabeça, sempre vinha um “não é tão complicado assim, tem até tempo pra pensar em como escrever!” — é, eu sei… soa até arrogante!

Mas, foi aí que me dei conta: talvez meu talento estivesse na escrita o tempo todo. É um óbvio para mim, mas não para todos.

Por isso criei o meu laboratório, A Tal Jornada Criativa. Aqui posso treinar o talento e amadurecer meu estilo, porque contar histórias é uma paixão minha.

Com talento + paixão, o desafio será transformar isso em renda. Nada vem de mão beijada, mas precisa valer a pena.

Ah, meu propósito? Compartilhar as experiências que carrego na minha mochila de jornada, porque a melhor forma de aprender é ensinar, enquanto compartilha e beneficia pessoas com esse conhecimento.

Até a próxima jornada!

Um beijo no coração,

Cris Saito

Frase da semana

Ok, esta foi para mim. Demorei mais do que deveria para escrever esta News — cheguei a pensar em desistir.

Mas este texto já era uma vontade antiga: queria escrevê-lo para, além de pessoas, aprender de uma vez por todas este tema que me encantou tanto. Mas as ideias ainda estavam confusas.

Graças a este texto, agora vem o meme: “Aaahhh! Agora eu entendi! Agora eu saquei!” 🤪

Escrevi. Aprendi. Compartilhei 😁