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Como nomear suas emoções pode mudar a sua vida
Suas emoções têm nome. Com a técnica que compartilho nesta jornada, você pode ter melhor controle delas — pelo seu bem-estar e o das pessoas que te cercam. | A Tal Jornada Criativa, Roteiro #02

Hatchi, Afonsa e Coragem na trilha das emoções
Um prólogo emocionante
Três amigos andam por uma trilha íngreme com algumas árvores ao redor e flores coloridas em meio à relva verde.
O sol brilha no céu, uma brisa sopra de leve, pássaros cantam e a subida começa a ficar mais puxada.
Hatchi, respirando profundamente, começa:
— 😀 Coragem e Afonsa, olha que lugar incrível! A natureza tem uma energia boa, né?
Coragem olha ao redor, se encolhe e continua:
— 😣 Sim Hatchi, mas isso aqui tá ficando estreito e escorregadio... E se eu cair?
Mexendo nas mãos suadas, Afonsa emenda:
— 😬 Tô é preocupada com essa trilha estranha... e se a gente se perder?
Hatchi só ri:
— 🙂 Relaxa Afonsa, tenho o mapa aqui e vai dar tudo certo! E Coragem, se der ruim, a gente te ajuda. Estamos juntos!
Coragem dá um sorriso tímido, mas transpira medo.
— 😥 Ok, vou tentar respirar fundo aqui...
Afonsa respira fundo e tenta se acalmar:
— 😮💨 É, acho que tô exagerando... vamos um passo de cada vez, né?
Hatchi sorri:
— 😄 Isso! Passo a passo e aproveitando a vista!
E assim, alegria, medo e ansiedade seguem pela trilha, cada um vivendo a experiência à sua maneira.
Alegria, Medo e Ansiedade
Você acabou de ler um trecho de aventura de três das emoções presentes na cabeça de qualquer pessoa. Neste caso, os nomes das emoções estão personalizados. Abaixo, te apresento melhor:
Hatchi → é a minha querida alegria, uma cachorrinha caramelo que saltita sem parar nos melhores momentos. 🐶
Coragem → sempre acuado, este outro cachorro lilás é o medo que se esconde no labirinto da minha mente. 🐺
Afonsa → essa é uma gerbil ou esquilo-do-deserto indiscreta, sempre ao meu lado os todos os dias… 🐿️

Hatchi, a alegre cachorrinha e Afonsa, a ansiosa gerbil
Ah sim, quem pegou a referência, “Coragem” é aquele mesmo, o cão covarde da Cartoon Network.
Esses nomes e personagens foram criados e emprestados para as minhas emoções. Parece bobo, mas me ajuda a lidar melhor com elas.
A princípio, essa ideia surgiu de forma despretensiosa, sem que eu percebesse o impacto que teria na forma como lido com minhas emoções.
E na verdade, tinham mais a ver com os sentimentos e a imaginação de uma profissional da criatividade muito inspirada.
Mas, e se eu te disser que essa técnica pode mudar sua relação com suas emoções também?
Prepara já a sua mochila e vem explorar o universo dessa jornada comigo!
As entidades dos sentimentos
Passavam das 10 da noite e o meu cérebro estava inquieto, enquanto divagava sobre a carreira e a vida pessoal. Só tinha um problema: estava já na cama, pronta para dormir. E um pensamento surge dessa máquina:
— “Quem poderia representar a minha Fortuna, para lembrar dela todos os dias?”
E quem apareceu foi um unicórnio: branco, de crina e cauda longas, cascos e chifre dourados, com um par de asas brancas que refletem um brilho holográfico.
Depois, só precisaria concretizá-lo em uma imagem. Saquei o celular, abri uma ferramenta de IA generativa e pedi a ilustração com a descrição acima. Eis o resultado:

Muito prazer, sou Fortuna.
PER-FEI-TO. Assim, a IA me ajudou a traduzir a minha imaginação e, satisfeita e feliz, finalmente dormi.
No decorrer dos dias, assim como Fortuna ganhou forma através de um unicórnio, pensei que poderia fazer o mesmo com outros sentimentos e emoções que me acompanham.
Mas, antes de continuar, vale uma pergunta importante…
Qual a diferença entre emoção e sentimento mesmo?
Ótima pergunta! Vamos lá.
Emoção x Sentimento

Imagine-se andando na rua já tarde da noite. Você está indo para casa, desejando um bom banho e a sua acolhedora cama. No seu caminho, parte da rua está escura porque um poste se apagou e, ainda por cima, em frente ao terreno baldio cheio de mato.
O clima fica tenso e você quer passar por ali depressa. De repente, algo se mexe violentamente no meio da vegetação do terreno. Seu coração quer sair pela boca, suas mãos suam e você só corre!
Então, ouve rosnados furiosos. Você olha para trás e vê duas figuras disparando para fora do mato em direção ao outro lado da rua, miando alto um para o outro.
— “Gatos de rua! #&@$% que susto!”*
Em seguida, ouve o apito e a moto do segurança da rua. Respirando alívio, você continua até a sua casa, pensando na cena patética que acabara de acontecer.
Você notou as emoções de medo e ansiedade, além de surpresa e vergonha nessa história? Notou também a sensação de desconfiança, insegurança, aflição, alívio e humilhação?
Pois bem: esses últimos são alguns dos sentimentos que as emoções do início da frase anterior geram em você.
Em resumo: um conjunto de várias emoções ao mesmo tempo forma as experiências que chamamos de sentimentos. As emoções acontecem na hora e são visíveis, mas o que fica é o sentimento gerado pela sua mente, sacou? 😉
Agora que você entendeu essa diferença essencial, como podemos usar esse conhecimento para melhorar sua vida emocional?

Meu ritual matinal em frente à janela, de frente para o sol
A turma das emoções
Todos os dias pela manhã, mantenho um ritual de gratidão em frente a uma janela voltada para o sol. Dentre as preces mentais, lembro desses personagens que estão sempre comigo. E aí surgiu a ideia dar nomes às emoções. Por que não tentar?
O que começou como uma brincadeira, mostrou-se bastante útil com o tempo. Além de saber quais são e quando surgem, tomo consciência das minhas emoções mais rápido.
Essa percepção me ajuda a controlar melhor, principalmente, aquelas que podem influenciar negativamente quem está comigo.
Por isso, até potencializou a minha empatia: eu não ia gostar nada de ouvir desaforos do Ranzinzo, o pardal vermelho raivoso.
E nos momentos de alegria, Hatchi, a cachorrinha caramelo, abana o rabo e pede atenção para a pessoa. Mas, às vezes, não dá para deixá-la solta de qualquer jeito.
Caso contrário, quem aparece é a Hinata, a garota tímida que morre de vergonha com os foras que a Hatchi pode cometer. Isso se a Afonsa, a ansiosa gerbil e que incomoda até sem querer, não resolver chamar a atenção de Eeyore com o seu olhar de tristeza.
Tá bom, parei. Se deixar, essa brincadeira vai longe…
Por fim, o que quero dizer é que a mente humana é o incrível lar das emoções e dos sentimentos. E admito que são tantas e tantos que é fácil se perder com tantos nomes.
Então, com tantos personagens, como organizar tudo isso?
Calma, vou explicar agora uma técnica prática para manter essa galera sob controle.

O diagrama das emoções
Se perder com tantos nomes diferente é bem possível de acontecer. Afinal, são muitas emoções que cabem uma só pessoa.
Então, experimente derivar os nomes. Por exemplo, a minha felicidade se chama Hatchiko, então:
Alegria é a “Hatchi”
Empolgação é “Hatchizão”
Gratidão é “Hachistê”
Mesmo assim, ainda são nomes demais e é natural que acabe fugindo do controle. É por isso que uso ferramentas como o Figma para me ajudar a organizar essas ideias. Há também outros recursos no mercado, como o Mindmeister, Miro, Obsidian… vai do gosto do freguês.
Mas dá pra fazer isso offline também. Por exemplo, use papel cartolina e, como nos tempos de escola, abuse de cores, canetinhas, recortes, desenhos… vale tudo. A sua tarefa é registrar os nomes e dar uma aparência às suas emoções e sentimentos. Lembra da diferença delas, né?
O mais importante é que seja divertido e te ajude.
Por isso, deixo um convite a você: que tal dar nomes às suas emoções e vê-las ganharem vida também?
Comece, divirta-se no processo e descubra mais sobre você.
Se você chegou até aqui, cumprimos com sucesso mais um pedaço dessa jornada. Espero que tenha aproveitado este percurso e que a experiência te leve ainda mais longe. ❤️
Obrigada pela leitura!
Um beijo no coração,
Cris Saito
Emoção extra pra você que chegou longe nesta jornada

Não é à toa que se chama Taz
Como mulher, eu tenho TPM. E essa danada, sem nem me consultar, traz emoções e sentimentos que eu não chamei.
Até as TPMs ganharam nomes: como a descontrolada Taz, que mistura raiva, frustração, ansiedade e nojo (sarcasmo). Tudo junto, misturado e desesperadamente descontrolado.
Ou quase. Assim que dei um nome para ela, consegui segurar a fera. Não o tempo inteiro, mas as crises melhoraram.
Tem também a TPM Hardy, que é pura “oh vida, oh céus, oh azar!”. Essa compete com a Taz, pois é tão difícil de lidar quanto ela.
Pode ser impressão minha, mas “dar nome aos bois” foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida e na das vítimas das TPMs das pessoas ao meu redor.
Por mais controle das TPMs, dê nome a elas também (e lembre-se: transforme em diversão!). 🍫
Bastidores
Algumas ferramentas que usei na produção desta News emocionante:
Figma
Notion
Adobe Express
Adobe Photoshop
Adobe Illustrator
Adobe Firefly
Criador de imagens do Bing
A câmera do celular
Alguma paciência
Tirar fotos com bichinhos é sempre um desafio… fora o equipamento, que só vai focar no meu rosto.
Afonsa foi representada pela Suri, a gerbil adolescente e muito inquieta que mora conosco. A melhor foto, óbvio, foi para a thumb desta News 😜

OBS: nenhum animal foi maltratado durante a produção das fotos!
Reflexão semanal
O primeiro passo para lidar com qualquer emoção é aceitá-la. O segundo é aprender com ela.
Ouviu o tio Daniel Goleman? Aproveita para começar o exercício que sugeri nesta News, hein?
Da mesma forma que eu descobri a TPM Taz, foi mais fácil aceitar que ela existe e, mais ainda, de aprender a controlá-la.
O autoconhecimento não pode parar. Está preparado ou preparada?
Pensamento da semana
Entre o estímulo e a resposta, há um espaço. Nesse espaço está nosso poder de escolher nossa resposta. E, em nossa resposta, está nosso crescimento e nossa liberdade.
😘
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