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A revolução silenciosa da autoestima sem brilho
Às vezes, recomeçar em um lugar diferente e descobrir como amar a si mesma é uma tarefa árdua, mas a jornada pode ser reveladora. | A Tal Jornada Criativa, Roteiro #07
Se você tiver coragem de começar, você tem coragem para vencer.
Prólogo

Sozinha na colina, Aurora refletia triste com a vida
Lá no final tem Quiz e Teste deste Roteiro para você. 🎁
Sentada na relva fresca da colina, onde pequenas flores sorriam para o céu alaranjado do entardecer, Aurora suspirava enquanto refletia.
Na cidade de Serenum, a moça era vista como apática e tímida. Ali, algumas pessoas a desprezavam e a humilhavam, enquanto outros a ignoravam.
Tudo porque a tratavam como um degrau para a própria autoestima. Viam nela a oportunidade para sentirem-se melhor enquanto a destruíam.
Com autoestima tão baixa, odiava espelhos: era doloroso olhar para eles e não cuidava da aparência; mal falava com as pessoas; ao receber raros elogios, se desmerecia rindo incrédula.
Aurora achava que não merecia existir, pois acreditava que não era boa em nada, já que era constantemente sufocada em um lugar tão hostil.
Naquele dia, outra vez, foi alvo da antipatia das pessoas que conhecia. Por isso, nos braços da solidão na acolhedora colina, pensava sobre o rumo que tomaria.
De repente, olha firme para o horizonte, puxa o ar com força e toma a importante decisão: fugir para a grande Ventúria. Queria recomeçar sua vida longe dali.
Mas, o medo de encarar o mundo ainda sussurrava para Aurora — e se der errado?
Oportunidades em Ventúria

Sozinha, na grande Ventúria
Ao chegar na grande e agitada Ventúria, Aurora se viu sozinha a princípio. Sentia alívio por ser desconhecida, mas ainda se escondia atrás da insegurança.
Até começar a trabalhar no charmoso café da carismática Sofia. Diferente de Aurora, a dona do café iluminava por onde passava.
“Como ela é bonita!”, admirava Aurora — “Quem dera ser como Sofia…”.
Por hábito, Aurora se comparava e se sentia invisível. Sofia percebeu o comportamento da nova ajudante, mas viu também o seu potencial como pessoa. Por isso, passou a encorajá-la em uma grande tarefa.
“Atenda aos clientes a partir de hoje. Dê-lhes um sorriso e comente algo sobre seus pedidos, para deixá-los felizes. Tente!”

“A Sofia enlouqueceu? Eu?!”
Aurora arregalou os olhos e quase entrou em pânico: falar com as pessoas?!
“É tão fácil só preparar o café!” — pensou, agarrada à zona de conforto. Ainda tentou: “Mas o meu cabelo está desarrumado e nem sou bonita — os clientes não vão gostar! Tem certeza?”
“Boba… só tente! E pare de se rebaixar, isso só te atrapalha, viu?” — retrucou Sofia.
Apesar do medo, Aurora aceitou. Afinal, estava determinada a construir a nova vida em Ventúria.
Por isso, tomou coragem e foi encarar seu pior desafeto: o espelho. Tinha pavor disso, mas precisava ajeitar os cabelos.
Mas, pela primeira vez, ao invés de procurar mil defeitos para se rebaixar, notou o quanto precisava e poderia se cuidar.
Ao ouvir um cliente passando pela porta do café, respirou fundo e foi atendê-lo. Será que daria conta?
A importante descoberta

Aos poucos, Aurora derrubou as próprias barreiras
Naquela tarde, Aurora atendeu os clientes um pouco aflita.
“Boa tarde. Err… seja bem-vindo…” — dizia, sem jeito.
“ Ah, oi. Quero um café expresso.” — disparou um cliente, em tom seco.
A garota sentia que falhava miseravelmente sempre que era recebida dessa forma.
Sofia, porém, não a deixava desanimar e a incentivava a cada experiência. Com esforço e aos poucos, seu sorriso ficava mais alegre e sentia-se mais à vontade.
Então, apostou elogiar o sabor e o aroma da torta tiramisú para uma cliente mais gentil, que sorriu satisfeita e feliz por ter feito uma boa escolha.
Aurora ficou radiante com o resultado. A partir daí, após cada atendimento, adquiriu o curioso hábito de ir até o espelho para se energizar.
Descobriu que não era o objeto que apontava cruelmente os seus defeitos: era ela mesma. Por isso, voltava cada vez mais sorridente e segura de si.
Assim, dia após dia, tal como o aroma familiar de café fresquinho, ela passou a ser uma presença acolhedora no simpático estabelecimento de Sofia.
Por outro lado, Sofia, acompanhando a evolução da esforçada garota, sorria com orgulho — Aurora só precisava de um empurrão, pois o resto fez sozinha.

Aos poucos, Aurora reconstruiu sua autoestima
Dentro ou fora do café, sua alma era polida todos os dias e cativava com cada vez menos esforço.
Passou a olhar as pessoas nos olhos ao conversar e até a cumprimentar estranhos na rua quando passava. Já não era mais a mesma Aurora de Serenum.
Durante todo este tempo em Ventúria, fez a descoberta mais importante da sua vida: o seu maior tesouro estava dentro de si o tempo inteiro.
Por isso, andava de cabeça erguida e exibia um sorriso sincero, pois finalmente aprendeu a se amar.
No entanto, um dia, lembrou-se de algo importante que deixou em Serenum. Seria uma boa ideia retornar para lá?
O grande vilão
Após quase um ano, Aurora vai visitar seus pais na pequena Serenum. Na rodoviária, distribuiu abraços e surpreendeu a todos com tanta alegria.
No caminho até a casa, algo curioso aconteceu: as pessoas notavam algo diferente e olhavam a garota tão linda e confiante passando por elas.
Aurora percebia os comentários. Mas, diferente de antes, estava bem com isso por que tinha clareza do seu próprio valor.
Agora, Serenum observava uma nova Aurora!
Ao chegar em casa, estava determinada a acabar com um desafeto de anos. Então, com calma, foi até o guarda-roupas no seu quarto.
E, dentro do móvel, ali estava: o cruel espelho. Sempre que abria o guarda-roupas, pegava algo depressa, evitando olhá-lo ao máximo possível.
Aurora sempre odiou a garota que via ali. Sempre que a olhava, revivia os comentários e olhares de desprezo das pessoas.

Finalmente, em paz com o espelho
Mas, nesse dia, encarava o espelho com firmeza. Esqueceu das dores do passado e praticou o hábito cultivado em Ventúria: com as mãos posicionadas na cintura, como a Mulher-Maravilha, observou seus cabelos, o contorno de seu rosto, as sobrancelhas alinhadas e a cor profunda de seus olhos.
Sorriu e encheu-se de orgulho do que viu no reflexo: sua autoestima brilhava como nunca. Como era bonita!
Sua baixa autoestima era a verdadeira vilã, pois dizia-lhe palavras cruéis o tempo inteiro.
De repente, uma brisa entrou sorrateira pela janela. Já que estava em Serenum, por que não visitar aquela colina solitária?
O brilho de Aurora

A nova Aurora, mais brilhante do que nunca
Finalmente, Aurora enxergou seu próprio valor — através de sua individualidade, suas memórias, forças e, em especial, suas fraquezas.
Ventúria lhe ensinara algo importante: é essencial tentar e fracassar. Sua evolução só foi possível porque enfrentou suas fraquezas para transformá-las em potências.
Agora está claro: a autoestima não é sobre perfeição, mas sim, sobre respeito e aceitação por si mesma.
Quando partiu, Aurora carregava o peso do desprezo por si mesma sobre os ombros. Agora, retorna mais confiante, feliz e amorosa.
De volta àquela colina, onde as pequenas flores ainda sorriam para o céu ao sabor da suave brisa, pensava na Aurora do passado: aquela que era triste e aflita.
Jamais a esqueceria, já que aprendeu tanto com as suas dores. Emocionada, uma lágrima escorreu seu pelo rosto e agradeceu pela coragem que a inundou há quase um ano.
Aurora compreendeu que a autoestima deve ser cultivada todos os dias e é inseparável da autoconfiança, pois são indispensáveis para a jornada da vida.
E que o espelho mostra aquilo que ela tem de mais valioso: o quão única é.
Por fim, pergunto-lhe: o que ainda falta na sua jornada de autoaceitação? Anote hoje uma qualidade sua que você nega.
Comece hoje mesmo — porque você merece florescer com a mesma coragem que Aurora encontrou.
Você, assim como qualquer pessoa em todo o universo, merece o seu amor e o seu afeto.
Até a próxima jornada!
Um beijo no coração,
Cris Saito 🧭
Detalhes!

Se eu pusesse mais detalhes, esse Roteiro ficaria enorme. Por isso, trago agora:
1. As pessoas de Serenum viam Aurora como um degrau para a própria autoestima
Infelizmente, quando alguém só vê defeitos, só critica e reclama e pode fazê-lo por se julgar superior à sua contraparte. Ela pisa na autoestima de outra pessoa para se sentir melhor, porque tem uma autoestima ainda pior por trás. E é triste quando o alvo não reage por achar que aquela pessoa é a que a enxerga ou por ter desenvolvido uma postura de vítima. Esse é o caso de Aurora.
2. Fugir para Ventúria
Sim, fugir mesmo. Em geral, muitas pessoas em situação psicológica ruim querem sair da situação fazendo isso. Para Aurora, a fuga para Ventúria foi quase por impulso, mas era a solução mais rápida para sumir de Serenum. Apenas seus pais sabiam onde ela estava — ou melhor, mais ou menos: Aurora não lhes passou a localização exata (não recomendo fazer o mesmo!).
Embora seja algo drástico, sair do lugar que incomoda é uma solução eficiente. Minha vida, por exemplo, começou a acontecer mesmo quando fui estudar em uma cidade maior. A partir daí, ganhei o mundo ao contornar um desafio por vez.
3. Os clientes não vão gostar! Tem certeza?!
Na tentativa de escapar da grande missão, Aurora argumenta e ainda diz “tem certeza?”. Percebe que estas duas palavras carregam uma porção de significados? Por exemplo:
“Você é doida? Nunca fiz isso e morro de medo!”
“Pelo amor de Deus… Eu não quero!”
“Pensa bem, diz que não, vai…”
Em outras palavras, é um “não” inseguro, em cima do muro e indireto. E qualquer indireta está sujeita a “N” interpretações. Ficar em cima do muro, então, piorou… é como pedir para que a outra pessoa decida por você, enquanto se exime da culpa.
4. Serenum presenciava uma nova Aurora!
Aqui, tirei proveito mesmo do nome da personagem deste Roteiro. De autoestima no chão, foi para uma autoestima que ilumina por onde passa — não tem como deixar de notar.
Bastidores
1. Aventura com as imagens geradas por IA
Definitivamente, é preciso paciência com a IA de qualquer gerador de imagens... desta vez, a IA acertou no estilo e consegui muitas ilustrações que se pareciam umas com as outras. Houveram mais bizarrices, como essa:

Vocês é linda demais pra ser uma Aurora só…
Talvez seja a Aurora, sua Autoestima e sua Autoconfiança? 🤔
Aliás, as ilustrações de espelho foram as mais bizarras, como você pôde ver…
2. Os nomes das personagens
Antes de começar este texto, precisava de nomes para as personagens. Pesquisei por alguns e, não lembro bem porquê, escolhi “Sofia” para a protagonista. E a dona do café, sua mentora por acidente, era “Lea”.
Após uma revisão, descobri que “Sofia” teria mais sentido que “Lea”… quanto à protagonista, achei outro nome ainda melhor. Eis os significados:
AURORA: "amanhecer" — simboliza novos começos e luz interior.
SOFIA: "sabedoria" — remete ao autoconhecimento.
3. A real dessa história
De verdade, teve muita base em fatos reais da minha vida. Eu era uma pessoa medrosa, apática, tímida, fechada para o mundo. A vida só começou a acontecer a partir do momento que saí da cidadezinha onde nasci.
É claro que este Roteiro é um resumão. Mas, em algum momento da minha trajetória, apareceu mesmo um mentor acidental e marcante, dentre tantos que passaram.
A vida é assim: ela lhe taca limões bem azedos, sem dó. Pode parecer cruel, mas quando conseguimos fazer limonadas, tortas e bolos de limão, caipirinhas… ela passa a ser, na verdade, generosa. Pense nisso.
Quiz + teste: vamos jogar!

Que tal brincarmos um pouco? Montei um quiz sobre este Roteiro e um teste para verificar como está a sua autoestima.
É rapidinho — é só para brincar mesmo, sem compromisso. Vai lá!
❓ Quiz: a transformação de Aurora
📋 Teste: como está sua autoestima hoje?
Para fechar
O amor próprio é o começo de um romance para toda a vida.
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